A necessidade de amar
Queridos amigos,
A muito que estou ensaiando para escrever algo no blog. Queria escrever primeiramente sobre minha felicidade em conseguir um trabalho e de estar estudando... vocês já conhecem toda história, sabem como estou feliz! Depois pensei em postar minhas opiniões (como estudante de direito) sobre o julgamento no Supremo da lei da ficha limpa. Mas como estou muito envolvido e completamente entregue aos estudos e ao trabalho, o tempo foi ficando pequeno, e perdi mais uma vez a oportunidade de escrevê-los.
Nas minhas orações, ao final da tarde, sempre peço por meus amigos. Em um desses ângelus que rezei, percebi o quanto estava obcecado pelos estudos e pelo trabalho, o quanto estava rigorosamente disciplinada minha rotina: oração, aula, almoço, sono, trabalho, oração, lanche, estudo, sono, aula... Foi quando percebi que não sobrava tempo algum para meus amigos. Confesso que não raras vezes não atendia telefone para não ser incomodado nos estudos, já até pedi para minha irmã dizer que estava dormindo quando alguém me ligou. Então, me veio mais um tema para um post aqui no blog. O tempo, a disciplina, o foco e a amizade.
Não consegui, novamente, arrumar um intervalo entre minhas “rigorosas ocupações” para escrever. O que ameniza meu pesar é ver que ainda tem membro do blog que sequer navegou por aqui (não leve apenas como indireta Karla, caso um dia venha a ler isto).
Mas hoje não podia deixar de escrevê-los!
Estava assistindo o jornal na TV, uma cobertura toda especial sobre a tragédia na escola do Rio de Janeiro. Um senhor, já de idade, que passava pela rua da escola com sua caminhoneta, colocava as crianças feridas na traseira enquanto os pais gritavam de dor inconsolável. O senhor, em sua entrevista, dizia ser a única coisa que podia fazer naquele momento enquanto as lagrimas desciam dos seus olhos. Não consegui segura-las também.
Hoje amigos, venho compartilhar a minha sensação de “meu Deus, o que está acontecendo com o mundo?”.
De fato é difícil imaginar que exista algum ser humano filho de Deus que possa fazer uma atrocidade deste nível. Como pode um homem por mais perverso que seja chegar a tal ponto?
Porém é muito fácil culpar alguém. Não sei se já perceberam, mas todos nós humanos temos a necessidade de encontrar um culpado para tudo, e quando o encontramos queremos puni-los por seus erros, ainda mais quando esses erros nos afeta. Quando não acontece a punição que gostaríamos, nasce o sentimento de injustiça, revolta, indignação. Mas não enxergamos que nós mesmos é que temos culpa disso tudo. Deus não tem o poder de obrigar-nos a fazer a escolha certa. Isso Ele não pode. Quem as faz, somos nós. Somos responsáveis por nossas escolhas.
Vejam, quem era o assassino? Como foi criado? Quem lhe deu atenção? Quem lhe mostrou as opções? É claro que é forçoso sustentar que a falta de oportunidades é justificativa para alguém fazer tal barbárie. De oportunidades não, mas de amor sim. Amor de verdade. Amor como os dos pais que sofrem a perca de seus filhos. Quem sofria, quem sofre de amor por este homem?
Como somos humanos. Nas palavras do Padre Fábio “quando vês o coração, eu vejo a imagem”. Vendo apenas a “imagem” era um criminoso, um bandido, um louco. Vendo o coração quem ele era?
Amigos, o que quero dizer é que o homem cria seus próprios monstros. Todos queremos amar e sermos amados. Peçamos ao mestre do amor este dom que transforma vidas. Senhor, ensina-nos a amar!
FELIPE HELLU
07.04.2011